Nuno Vasa
O Gozo

[03.011.2007 - 01.12.2007]
Galeria Câmara Clara

  • “O Gozo” (2007), obra que serve de mote a estas palavras, revela uma vez mais a tensa relação que se estabelece entre sujeito e imagem. Deste conjunto de vinte e quatro imagens (uma clara aproximação do autor ao próprio mecanismo do medium cinematográfico e aos seus vinte quatro frames por segundo) existe um denominador comum: a dolorosa impossibilidade de aceder de forma automática a um discurso directo. Esta instalação situa-se, por isso, nas margens da impossibilidade. Com efeito, tal como muitas das imagens mediáticas, este trabalho de Vasa existe enquanto matéria possível, mas produz uma inevitável sensação de impossível e de inatingível.

    As imagens de “O Gozo” falam por si e despertarão certamente, no espectador as mais díspares sensações. No entanto, e correndo o risco de afectar o “gozo” de cada um, fica a advertência do próprio criador:

    ”Algumas destas imagens são extremamente chocantes e suscetíveis de ferir a sensibilidade”.

João Paulo Barrinha
Com Sumo Obrigatório | Imagens & Escritas

[02.06.2007 - 30.06.2007]
Galeria Câmara Clara

  • João Paulo Barrinha, neste conjunto de obras, auto revela-se, desvelando., em simultâneo, um conjunto de possibilidades e linguagens artísticas que correspondem a duas funções distintas: Interrogar e Afrimar. (…) a materialização de um pensamento, uma permanente (re)construção discursiva, reveladora de um gutural apelo ao próprio imaginário do espectador.

    “Com Sumo Obrigatório | Imagens & Escritas” revela-se tanto um exercício técnico e estético, como um conjunto de micro-narrativas que, encontrando o seu sentido numa relação simbiótica de imagens , encerram um permanente jogo dialógico entre médium e mensagem, transmutando-se em verdadeiros “micro-climas da imaginação”. Fotografia, vídeo, instalação e catálogo afirmam-se, neste trabalho, como elementos distintos; peças fragmentárias de uma conceptualização nuclear que encontra no recurso à imagem uma extensão da sua expressão.

Nuno Rebelo
Turning Points

[19.05.2007 - 30.05.2007]
Galeria Câmara Clara

Filomena Almeida
Projecto Ilhas

[03.03.2007 - 29.03.2007]
Galeria Câmara Clara

  • Texto: Paulo Vivieiros

    A instalação “Ilhas” de Filomena Almeida é uma boa metáfora da ilha na perspectiva de um ilhéu involuntário, que a vê como um cárcere e não como um paraíso — é a pedra e a aridez que estão presentes e não a vegetação luxuriante.

    O ilhéu involuntário pretende evadir-se do cárcere em que a ilha se transforma, mas fugir da pedra pode significar um salto no vazio, ou numa matéria líquida instável, que geograficamente a isola. Mas a imensidão da linha do horizonte permanece sedutora e o espelho reflete essa ambição que acentua uma visão panorâmica que se reflete sempre à altura do homem ou a cima dele. Nunca reflete a baixo, nunca reflete a pedra. E ao não a refletir, acentua o desejo de evasão. Também a sua forma circular alimenta esse desejo, ao invocar as janelas dos navios que levavam as gentes.

    A instalação “Ilhas” de Filomena Almeida é uma boa metáfora da ilha na perspectiva de um ilhéu involuntário, que a vê como um cárcere e não como um paraíso — é a pedra e a aridez que estão presentes e não a vegetação luxuriante.

    O ilhéu involuntário pretende evadir-se do cárcere em que a ilha se transforma, mas fugir da pedra pode significar um salto no vazio, ou numa matéria líquida instável, que geograficamente a isola. Mas a imensidão da linha do horizonte permanece sedutora e o espelho reflete essa ambição que acentua uma visão panorâmica que se reflete sempre à altura do homem ou a cima dele. Nunca reflete a baixo, nunca reflete a pedra. E ao não a refletir, acentua o desejo de evasão. Também a sua forma circular alimenta esse desejo, ao invocar as janelas dos navios que levavam as gentes.

Manuel Luís Cochofel
Stop Motion

[13.01.2007 - 10.02.2007]
Galeria Câmara Clara

  • A obra de Manuel Luís Cochofel é mestra na criação de movimentos, de elos imediatos com o mundo com corpos e sensações. Ela desenvolve a riqueza das nossas percepções, passando pelo tecido da nossa vida quotidiana e pela necessidade da sua representação. Pormenores arquitectónicos, símbolos da obra humana, pernas sem um corpo, anónimas mas por isso mesmo universais, ou a redução de uma paisagem a traços simples e dominantes, como se a escrita se sobreposse-se à imagem são, sobretudo, vestígios de uma forma de escrita que resulta da apreensão da essência do que é representado.

    A viagem de Manuel Luís Cochofel é exactamente a de fixar proporções para as descontrair em seguida. É o que tem lugar, ora quando comparamos a escala de uma edifício com a de uma pessoa, ora quando podemos imaginar uma nuvem que quase toca num telhado.

    Através de obra do artista, nas suas várias abordagens do real, utilizando a cor ou rendendo-se ao preto e branco, o tempo existe. Essa é a grande condição do fotografo: existir no tempo e nele fazermos existir.