Teresa Huertas
H

[06.12.2006 - 07.01.2007]
Galeria Câmara Clara

  • H” é um trabalho fotográfico sobre o tempo, a ausência e a memória. Discurso intimista que dedico à memória de minha Mãe, uma incursão no espaço interior da perda e o propósito de construção de um lugar de resgate e transcendência.

    Na revisitação deste passado, vou construindo um presente de registos escritos, primeiro modus operandi deste processo, que acaba por acompanhar a duração do trabalho. Confrontada com a passage do tempo sobre a minha memória, encontro a matéria da própria memória da minha mãe — fotografias, cartas e objectos pessoais que ele preciosamente conservou e que eu guardei como uma verdadeira herança sensível.

    É sobre esta matéria que me debruço, num desejo de me aproximar, conhecer, de lhe dar corpo e voz.

    A documentarista Catarina Rodrigues interessou-se por este projecto e registou em vídeo momentos do percurso. O resultado é um vídeo-instalação que se apresenta em simultâneo com o trabalho fotográfico.

Leonor Brilha
Ascensão em Queda 

[06.12.2006 - 07.01.2007]
Galeria Câmara Clara

  • Texto: Rui Matoso

    O título trazido para esta exposição, dado pelo oxómoro ascensão em queda. irradia cristalinos sinais de uma instabilidade particularmente características do nosso tempo. Um visão premonitória do abismo.

    As crises, o artificialismo, o excesso ou o bizarro são sintomas igualmente identificáveis no período seiscentista. Talvez por isso diversos autores vejam na designação “neobarroco” uma categoria útil para nomear uma sensibilidade estética transversal ao diversos modos de produção artística, e que vem persistindo através dos seus traços de intemporalidade. — Pano de Fundo

Catarina Sobreiro
Desertar

[11.2006]
Galeria Câmara Clara

  • Estas são as pinturas de um regresso. O regresso de um lugar e de um tempo que haviam parado, como numa viagem em que desvios encontroáveis protelam um destino essencial. Este lugar e este tempo, que assumem aqui breves formas de paisagem, são mais sombrios que claros, são frios e húmidos, onde apenas por vezes se adivinha a possível chegada a um sítio apetecido. A quietude destes territórios desabitados caminha tranquilamente para uma ideia de morte, por vezes desviada por uma cor ou luz que parece prometer um descanso feliz e em vida.

    ”Desertar” insinua uma esperança qualquer, mas revela também confronto e ambiguidade: do desejo de uma calma e de um silêncio, fica o incómodo de os ver materializados na pintura por se tornarem, aos meus olhos, metáforas de eras após catástrofe. Ambiguidade de continuar a perseguir, de alguma maneira, as formas do belo, apesar de saber que carregam a intermitantemente anunciada morte da pintura.

Adriana Freire
À Mão e À Máquina

[17.06.2006 - 14.07.2006]
Galeria Câmara Clara

  • A costura do tempo . Será Adriana Freire uma artista tecnopop?

    Tudo leva a crer que sim. O seu fascínio pela máquina e pelo digital, por um lado, e a sistemática recuperação da iconografia popular, pelo outro lado, conjugam-se neste nomeação.

    O titulo do livro, À mão e à máquina remete também para a tensão desta artista dividida entre plasticidades mais tecno e naturezas mais pop. Excerto de Paulo Cunha e Silva

    A exposição

    Sala Polivalente: No dia da inauguração, uma sardinhada e bebidas. Uma festa no meio de um estendal com música e sons de intervenção ambiente. Nada de especial a não ser para quem estiver presente. Registo o momento e exponho-o no dia seguinte, durante cerca de um mês.

    Museu Imaginário: Na primeira sala há uma fotografia exposta, de um estendal. Na última sala há uma projecção em vídeo de roupa a secar ao vento, uma coreografia onde o corpo está ausente, no body.

    Vitrine: Uma casa Portuguesa. Adriana Freire.