Ponce
Aspectos do Vazio

[17.12.2005 - 07.01.2006]
Galeria Câmara Clara

  • Texto: Rui Matoso

    Este trabalho de Jorge Ponce está divido em duas fase: a primeira constou de uma performance pública, onde o artista procurou confrontar passeantes desprevenidos com uma inusual experiência contemplativa, produzindo posteriormente um vídeo em que se realça a correspondência da respiração com o ritmo primordial do cosmo. Cada fôlego é uma descontinuidade entre a existência e a sua suspensão, metáfora da circulação dos eventos, do dia e da noite, do retraimento e da expansão do Universo, do despertar e do dormir, enfim, dos ciclos que constituem o processo total a que chamamos Vida.

    A segunda fase do trabalho é composta por uma acção solitária. Em retiro são elaborados cento e oito desenhos que, conjuntamente com a projecção de vídeo, darão forma final à exposição. A soma exata de 180 desenhos corresponde ao número de contas do “terço” budista (…)

    Finalmente, o que une a prática do desenho à meditação da plena atenção é o empreendimento constante no estilhaçar da forma, uma vez que, e ao invés do propósito surrealizante, a incansável actividade da mente é aqui encarada como um bruburinho necessariamente a dissipar.

Margarida Correia
Gueiko e Maiko

[10.09.2005 - 09.10.2005]
Galeria Câmara Clara

  • O projecto do Japão foi muito particular. Estive em Osaka, Quioto e Tóquio alguns meses antes de vir para NY (2000-2001). Fotografei Maikos (jovens aprendizes de gueixas) a prepararem-se nos seus ambientes tradicionais e em alguns eventos sociais. Quando decidem ser maiko as raparigas vão-se integrar numa casa e família que possui uma história e tradição, um espólio de roupas e objectos transmitido pelas suas antecessoras, cheios de códigos e simbologias; no mesmo ambiente seguem uma série de rituais de preparação e transformação, a maquilhagem, os penteados, a maneira como se vestem, como se movimentam, como agem…

Kerry Joe Kelly
Trabalhos recentes

[02.07.2005 - 07.08.2005]
Galeria Câmara Clara

  • Texto: Andreas Stöcklein Setúbal, 19 de Maio 2005

    Os seus métodos eram suaves — tinham de o ser porque nestas coisas de observação minuciosa, o que se observa às vezes sente e muda. Mas por serem tão suaves e bem calibrados, estatisticamente, não deixariam marcas da sua passagem.

    Eram eficazes…

    O registo abrangia as radiações — flutuações electromagnéticas, emissões nas mais variadas frequências modulações cromáticas, correntes térmicas… pertendiam os dados o mais completos possível. Depois converteriam tudo em gráficos de ressonância quântica e em códigos de cor, e assim, poriam toda a diversidade de dados num único parâmetro de referência, segundo o desvio das constantes de Planck. Depois fundiriam estes padrões de ressonância em mapas, cada um referente a um sector. Estes mapas planificados e provisórios seriam então submetidos ao processo de diferenciação espacial, baseando-se nos modelos de ‘calabi-yau’ e noutras topologias hiperdimensionais. Deste procedimento resultariam no fim os moldes parciais que, através das suas combinações certas, permitiriam a recriação deste mundo, independentemente da fixação temporal, dado que o vector Tempo ter-se-ia diluído durante os processos quânticos.

Olga Moreira
Fotografia

[04.06.2005 - 02.07.2005]
Galeria Câmara Clara

  • Texto: Carlos Miguel

    Ao ver estas fotos da Olga e dada a amizade que nos liga, brincando, apeteceu-me de imediato dizer-lhe que… “é só palha”, nesse duplo sentido que nos remete para o real e para a expressão popular.

    Mas se, efectivamente, as fotos nos introduzem num dos universos estéticos da palha, esta exposição, obviamente, que não é “palha”.

    Sem abdicar da qualidade técnica das fotografias, condição essencial no objecto fotográfico e nem sempre lembrado ou respeitado, para não dizer que muitas vezes esquecido ou fora de uso, estas fotos ilustram o pontear da paisagem com objectos vegetais feitos mecanicamente, traduzindo uma opção ou iniciativa do homem.

    (…) Ao longo desta série de fotografias, a palha deixa de ser o objecto visível da foto, continuando a ser a sua alma.

    (…) Optando por utilizar papeis suaves, sem contraste, tal como a palha, Olga Moreira transporta-nos a um universo repousante e tranquilo, levando-nos a esquecer ou sublimar a transformação mecânica da paisagem…

Pedro Sousa Vieira
Fotografia

[12.03.2005 - 11.04.2005]
Galeria Câmara Clara

  • Todas as fotografias realizadas em 2002. Sem título. Fotografia digital. Dimensões várias.