Antero Valério, Jaime Ceia, Nuno Vasa e Telmo Martins
40 anos da Cooperativa Comunicação Cultura

[16.11.2019 - 31.12.2019]
Galeria Câmara Escura

  • 40 Anos . Cooperativa de Comunicação e Cultura é uma exposição que celebra quatro décadas de uma instituição que existe desde a criação da cidade.

    A Cooperativa de Comunicação e Cultura nasceu em 1979, com a ambição de criar um projecto cultural para Torres Vedras que em muito ultrapassou as suas fronteiras. Passados 40 anos, é perceptível o papel fundamental da Cooperativa numa programação intransigente. O saber tratar a prática de todas as formas de cultura local, com um confronto didático e democrático e a procura incessante de encontrar diálogos entre o polémico e as manifestações autênticas do vulgo.

    Uma experiência realizada a partir do prazer do risco, olhando a cultura como um exercício, expondo o outro ao exercício da cultura. Só assim se abrem portas para que em conjunto a Cooperativa de Comunicação e Cultura contribua no futuro para um campo de reflexão maior. Hoje, mais do que a procura de uma identidade, ou inevitabilidade de viver em torno da espuma dos dias, a Cooperativa é uma instituição fundamental à vida cultural da cidade, apreendida do seu papel interventivo, consciente da sua responsabilidade cultural e cívica, continuando de forma natural o seu trabalho na urgência da liberdade e de ser livre.

    A exposição traz quatro autores que colaboraram com a instituição - Antero Valério, Jaime Ceia, Nuno Vasa e Telmo Martins, representando quatro décadas daquilo que é o resultado em síntese de uma muito mais vasta intervenção da Cooperativa de Comunicação e Cultura ao longo deste tempo.

Cooperativa Comunicação Cultura
Casa Hipólito. O Modus Operandi

[30.06.2019 - 26.10.2019]
Galeria Câmara Clara + Galeria Câmara Escura

  • Há muito que era desejo da Cooperativa de Comunicação e Cultura a realização de uma exposição que pusesse em evidência uma das maiores empresas torrienses e que contribuiu de forma indelével para a construção da identidade social, cultural, urbana e política da cidade, a Casa Hipólito.

    O contributo desta empresa para a Torres Vedras é incomensurável.

    A transformação social profunda, construindo uma comunidade em torno da cultura industrial, o desenvolvimento da malha urbana da cidade, que se confundia com a construção dos diversos edifícios da Casa Hipólito, a importância a nível cultural na promoção de diversos eventos, a aposta da formação dos seus trabalhadores, até às frentes sindicais e uma cultura política, ao longo dos períodos mais duros da história do país, são disso testemunho.

    Exposição integrada no Festival Novas Invasões 2019, com a Alemanha como país convidado, deu-se o mote para que houvesse a oportunidade de expor o espólio desta empresa até agora preservado no Museu Municipal Leonel Trindade. A Alemanha foi uma das entidades mais influentes na génese da Casa Hipólito, não só pela estreita relação do comendador com o sector industrial alemão, como pela aquisição dos direitos de reprodução de diversas peças, entre elas o famoso Petromax.

    “Modus Operandi” é o âmago desta exposição. A Casa Hipólito deve ser olhada como uma manifestação dinâmica, um modo de fazer que deve inspirar o que de melhor têm os torrienses.

    Esta exposição é dedicada a todos os trabalhadores da Casa Hipólito.

Leonor Fonseca
Keep In

[03.05.2019 - 08.06.2019]
Galeria Câmara Escura

  • A intemporalidade do retrato renascentista captado pela lente de uma câmara que segue a linha de um ornamento contemporâneo, a pele. A premissa e a imagem. No entanto sente-se a falta de assumir simplesmente a verdade deste trabalho, correndo o risco de ser elementar, o mote parte do desafio de retratar pessoas cujo a identidade é Alex despidas de adornos e usando apenas linha de costura marca "Alex". Esgotados os Alex's da lista de contactos e já sem linha original, continuar foi o verbo, substituindo sujeitos e complementos diretos. Retratos íntimos a comunicar o indizível. Enfim, esta espécie de Equador humano a preto&branco torna presente a união entre dois pontos, por exemplo entre A.F., A.D., C.B., A.T., A.S., M.R., V.F. ... sem ordem especifica, apenas uma direção sem qualquer ligação sublime.

Wanderson Alves
Devir

[04.04.2019 - 07.05.2019]
Galeria Câmara Clara

  • O desafio de experimentar um conceito filosófico pode ser vivenciado na exposição “devir”, nestas imagens o fotógrafo brasileiro Wanderson Alves tenta registar, nos instantes singelos da vida o quão é actual o conceito “devir”, proposto pelo Pai da Dialética, Heráclito de Éfeso, há cerca de 500 anos a.C.: “Tudo flui e nada permanece, tudo dá forma e nada permanece fixo. Não podes pisar duas vezes no mesmo rio, pois outras águas e ainda outras, vão fluir.”

    Para Wanderson, a beleza da vida “como ela é” escapou aos nosso olhos: “A percepção das nossas próprias vidas sofreu o reducionismo da publicidade e o nosso olhar ao espelho já não nos revela com profundidade…”

    As fotografias de Wanderson tentam captar exactamente esta vida real e densa, leve e profunda. “Seria óptimo que , a partir desta experimentação, as pessoas pudessem voltar a olhar para suas vidas, como elas realmente são, e assim encontrar sua beleza.”

José Eduardo Real
Charivari

[20.02.2019 - 30.03.2019]
Galeria Câmara Escura

  • Texto: Alice WR

    Charivari é um trabalho de José Eduardo Real sobre o Carnaval de Torres Vedras que está muito para além do documental. Sem excessivas preocupações com a estrutura formal, a riqueza do trabalho reside na forma como o autor entrou pela noite e foi construindo as imagens com que nos dá uma versão intimista do momento. Tendo como palco as experiências subjetivas dos foliões, o autor cria, a partir do seu próprio universo simbólico, uma construção visual única. Com recurso ao preto e branco, ao desfoque, à sobreposição de planos ou à densidade do ruído, abre-nos diferentes percursos de leitura, intensos, viscerais e dramáticos, num movimento alternado entre rostos e pormenores, numa procura do sentido que seja a chave das histórias.

    É um trabalho silencioso sobre a algazarra, a confusão e a balbúrdia que nos cria a sensação de lá estar e de (também) perder o fôlego. A fotografia de José Eduardo Real, aqui usada como ferramenta de significação de um acontecimento anual, tem o condão de nos lançar para ambientes, simultaneamente públicos e privados, que dão origem a imagens intempestivas e díspares, com uma forte componente humanista.

2020 / 2018